Carbono zero: como a indústria pode alcançar?
Com a necessidade de sustentabilidade e práticas ESG, o conceito de Carbono Zero tem se tornado cada vez mais importante. Essa é uma ferramenta na luta contra as mudanças climáticas e as consequências da emissão de CO2 na atmosfera.
Mas você sabe como aplicar o conceito de carbono zero na sua indústria? Confira este artigo e veja algumas dicas para colocar em prática.
O que é o carbono zero?
O conceito de carbono zero surgiu no ano de 1997, com o Protocolo de Kyoto, assinado na 3ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP3).
Este foi um tratado internacional ambiental que definiu metas de redução de emissões de carbono.
Na ocasião, os países desenvolvidos se comprometeram a reduzir em 5% as emissões de gases do efeito estufa em quatro anos, entre 2008 e 2012, usando como base os níveis referentes à década de 1990.
Cerca de 15 anos depois foi realizada a Conferência do Clima e novos objetivos foram traçados. Com isso, a neutralização de carbono passou a estar no centro da discussão novamente.
Na época, as nações se responsabilizavam em diminuir entre 18% e 40% a emissão dos gases até o ano de 2020, utilizando como parâmetro o mesmo balizador anterior.
O carbono zero é representado por um conjunto de políticas que empresas e governos podem adotar para neutralizar a geração de gases do efeito estufa (GEE), especialmente o dióxido de carbono (CO2).
Essa neutralização é obtida quando a quantidade de carbono emitida na atmosfera é igual à quantidade removida.
Por que alcançar o carbono zero é tão importante?
O principal objetivo dos projetos que buscam o Carbono Zero é reduzir a emissão, por parte de indústrias e pessoas, dos gases do efeito estufa, abrandando os impactos nocivos dessa prática para a sociedade e o meio ambiente.
Segundo alerta da Organização Meteorológica Mundial, emitido em março de 2024, o ano de 2023 foi o mais quente já registrado. A temperatura média global próxima da superfície foi 1,45 °C acima da linha de base pré-industrial.
Por isso, as chamadas COPs (Conferência das Partes sobre Mudança do Clima das Nações Unidas) tentam limitar esse aquecimento médio do planeta.
A COP28, realizada em dezembro de 2023, teve avanços importantes. Um deles é a importante assinatura da carta de descarbonização, realizada por 50 empresas petrolíferas que se comprometeram a atingir:
- Emissões líquidas zero nas operações diretas de cada empresa até 2050;
- Vazamento de metano quase zero na produção de petróleo e gás até 2030;
- Zero de queima de rotina (queima do excesso de gás) até 2030.
Dessa forma, as medidas que devem ser aplicadas pelas empresas se baseiam na compensação das emissões, seja por meio da compra de créditos de carbono, ou através do investimento e implementação de projetos de redução de emissões.
3 estratégias para alcançar o carbono zero
Alcançar o status de Carbono Zero é, como vimos, uma necessidade mundial. Mas é também um processo complexo que exige o envolvimento de todos (governos, empresas e indivíduos).
Por isso, algumas ações precisam ser aplicadas. Segundo a consultoria WRI Brasil, o setor industrial tem três caminhos que podem ser seguidos para alcançar este objetivo:
1. Metas de curto prazo
Essas metas devem ser definidas com base na escala de reduções necessárias para manter o aquecimento global abaixo de 1,5ºC, em relação aos níveis pré-industriais.
Dentre as estratégias de curto prazo para cumprir a meta de neutralização de carbono se destaca a promoção da transição para energias renováveis, como:
- Uso de painéis solares para captação de energia solar; e
- Maior controle da eficiência energética durante a queima da biomassa em caldeiras.
No atual contexto, alcançar um maior padrão de eficiência significa ter maior responsabilidade para com a sustentabilidade, devido à menor dependência de combustíveis fósseis.
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2. Metas de longo prazo
Essas metas incluem outras estratégias, caso do manejo sustentável de florestas, técnicas de reflorestamento e compra de créditos de carbono, responsáveis pela captura direta e armazenamento de gases lançados ao ambiente.
Basicamente, o crédito de carbono é caracterizado como uma moeda, no qual um crédito equivale a uma tonelada de CO2 (dióxido de carbono) que deixou de ser produzida e liberada à atmosfera.
3. Corte de emissões, além da cadeia de valor
Essa estratégia é baseada na necessidade urgente de ampliar o financiamento de curto prazo para tecnologias emergentes de remoção de carbono, como silvicultura, eficiência energética, destruição de metano e tecnologias de remoção de dióxido de carbono em seu estágio inicial.
Segundo a WRI Brasil, as empresas têm um papel importante na oferta do financiamento necessário para a aplicação dessas soluções. Elas precisam assumir a responsabilidade de financiar atividades adicionais de mitigação fora de suas cadeias de valor.
Sua indústria também pode participar do carbono zero!
Ao longo deste artigo, você pode ter imaginado que apenas as grandes corporações têm grandes responsabilidades para alcançar o carbono zero. Afinal, isso envolve muito dinheiro!
De fato, grandes empresas do Brasil e do mundo já aplicam e se beneficiam de programas de carbono zero, caso da Natura, Ifood, Renner, Vale e Bayer.
Isso significa que ações em pequenas indústrias não farão diferença para a sustentabilidade mundial? Errado!
Na sua indústria, mesmo que ela seja de pequeno porte, a emissão de CO2 vai acontecer. Então, ações estratégicas podem fazer a diferença para um mundo melhor. Basta adotar mudanças na rotina, com destaque para:
- Uso de combustíveis alternativos, como os painéis solares e a biomassa;
- Aumento da eficiência energética, especialmente através do uso de analisadores de gases, que medem os gases que saem pela chaminé de caldeiras;
- Produção sustentável;
- Melhor gestão de resíduos;
- Conscientização de colaboradores, parceiros de negócios e consumidores.
Assim, se a sua meta é fazer parte dessa estratégia de carbono zero, o primeiro passo é mensurar o total das emissões de gases do efeito estufa ao longo de toda a cadeia produtiva.
Feito isso, é hora de definir quais serão as medidas que ajudem a sua indústria a reduzir as emissões, tais quais as anteriormente apresentadas. Depois é só acompanhar os resultados e realizar ajustes, sempre que necessário.
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