Gases poluentes banidos: o que são e qual é o cenário?
Em 1989, com o intuito de proteger a camada de ozônio, 46 países assinaram o Protocolo de Montreal. Este foi um acordo internacional para eliminar gradualmente o uso e a dispersão de gases poluentes específicos, especificamente os CFCs (clorofluorcarbonos).
Mas, apesar da proibição ocorrida há mais de 35 anos, os clorofluorcarbonos vêm atingindo níveis recordes de emissão.
A quantidade de cinco clorofluorocarbonos (CFCs) na atmosfera aumentou significativamente entre 2010 e 2020, principalmente por causa de brechas encontradas no protocolo, de acordo com um estudo publicado na revista científica “Nature Geoscience”.
No artigo de hoje, você irá conferir o que são estes gases poluentes e por que eles foram banidos. Você irá entender, também, porque o máximo rigor é imprescindível para que a emissão destes gases poluentes seja, realmente, banida.
O que são os clorofluorocarbonos (CFCs)?
O clorofluorcarboneto (CFC) é um tipo de gás que esteve presente na estrutura de geladeiras e aparelhos de ar condicionado por muito tempo, além de sprays, aerossóis e solventes.
Criado em 1928, sendo composto por carbono, flúor e cloro, o CFC é um dos principais causadores do buraco na camada de ozônio.
Além disso, esse composto pode agir por até 75 anos, prejudicando a natureza e a vida terrestre ao longo de décadas.
O efeito devastador ocorre porque o CFC, após ser liberado na atmosfera, fica concentrado na área da estratosfera, onde está localizada a camada de ozônio.
Com isso, o gás passa a apresentar uma reação que libera radicais livres de cloro, ocasionando a decomposição do ozônio.
Dados do Global Carbon Project indicam que o nível de acúmulo de calor do CFC é 10.000 vezes maior que o de dióxido de carbono.
Aumento significativo nos últimos 10 anos!
Conforme a revista Nature Geoscience a quantidade de cinco clorofluorocarbonos (CFCs) na atmosfera aumentou significativamente entre 2010 e 2020.
Nesse período, os cientistas identificaram aumentos percentuais na concentração atmosférica de 5 compostos poluentes baseados no CFC:
- 4% de aumento do CFC-115m, de 8,38 ppt em 2010 para 8,71 ppt em 2020;
- 9% de aumento do CFC-114a, de 1,03 ppt em 2010 para 1,13 ppt 10 anos depois;
- 9% no caso do CFC-13, de 3,04 ppt em 2010 para 3,31 ppt em 2020;
- 19% de aumento do CFC-112a, de 0,066 ppt em 2010 para 0,078 ppt em 2020;
- 141% de aumento do CFC-113a no período de 10 anos, de 0,43 ppt em 2010 para 1,02 ppt em 2020.
Segundo os pesquisadores, as emissões combinadas desses cinco CFCs em 2020 foram equivalentes a 4.200 toneladas de CFC-11, considerado o segundo clorofluorocarbono mais abundante na atmosfera.
Tais resultados são preocupantes porque aceleram a destruição da camada de ozônio e, por consequência, afetariam profundamente a vida no planeta.
Por que a emissão dos gases poluentes ainda é elevada?
Desde que foi assinado, o Protocolo de Montreal realmente surtiu efeito na redução de compostos químicos que destroem a camada de ozônio, caso do CFC.
Desde 1989, cerca de 99% destes gases poluentes foram eliminados da atmosfera.
No entanto, o tratado assinado ainda permite que alguns desses gases sejam usados como matéria-prima.
Também permite que eles sejam liberados como subproduto da produção de outros compostos químicos, como os hidrofluorcarbonos.
Ou seja, mesmo que o impacto atual da emissão dos cinco principais CFCs seja considerado baixo para a camada de ozônio, um aumento contínuo da concentração destes gases poderá implicar algum prejuízo — a ponto de comprometer todo o progresso obtido nestes 35 anos.
Por fim, vale salientar que o Brasil foi um dos 46 países que firmaram o acordo com o Protocolo de Montreal, objetivando banir gradativamente o uso do CFC no país até 2010.
Porém, até o momento, o Brasil não conseguiu cumprir completamente o prometido. Ou seja, muitos de nossos empreendimentos ainda emitem esses gases poluentes na atmosfera.
Leia este artigo do blog da Coontrol e conheça os tipos de gases poluentes que merecem maior atenção da sociedade.