COP 28: o que é e por que é importante para o futuro?

Você, com certeza, já ouviu falar sobre o termo aquecimento global e suas consequências, certo? Esse é um tema que vem ganhando cada vez mais espaço em debates mundiais, com destaque para as últimas discussões realizadas durante a COP 28.

A COP 28 é a 28ª edição da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC), que é o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) responsável pelo clima.

Encerrada no dia 13 de dezembro, a COP 28 discutiu formas de evitar as alterações climáticas provocadas pelo homem e de adaptação ao aumento das temperaturas.

Neste artigo, convidamos você a entender o que é a COP 28, as decisões acordadas e a importância para o futuro do planeta.

O que é a COP 28?

O que é a COP 28

Organizada pela UNFCCC, a COP 28 é a 28ª edição da conferência das Partes que reúne 198 “partes”. Ou seja, os 197 países e a União Europeia assinaram a Convenção-quadro das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas.

A ideia original da conferência era criar um processo multilateral. Assim, todos teriam voz na discussão sobre a melhor forma de reduzir a emissão de gases com efeito de estufa.

Durante essas três décadas, cada COP tinha algumas pautas na mesa para discutir e solucionar. Na COP 28, em específico, as principais negociações focaram nos seguintes temas:

  1. Balanço global (global stocktake);
  2. Combustíveis fósseis;
  3. Perdas e danos;
  4. Financiamento e adaptação climática.

Para os representantes das partes, o acordo final da COP 28 apresentou um avanço interessante, ao prever a redução gradual do uso de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) para diminuir a emissão de gases de efeito estufa.

Principais resultados da COP 28

As cúpulas climáticas da ONU sempre foram controversas, com a COP 28 não seria diferente.

A maior controvérsia desta COP é o local de realização. Ela foi realizada nos Emirados Árabes Unidos, um estado cuja economia depende de petróleo e gás.

Independentemente disso, a COP 28 começou bem, com o anúncio de US$ 400 milhões logo no primeiro dia, para que os países mais vulneráveis pudessem lidar com os desastres climáticos, como destacado pelo resultado de negociações de consenso do evento.

Além disso, os principais resultados da conferência se basearam em:

1. Começo do fim dos combustíveis fósseis?

Essa foi a primeira COP que passou a reconhecer oficialmente que os combustíveis fósseis são a causa principal das mudanças climáticas.

Diante desse reconhecimento os países fizeram uma declaração dizendo que “devemos fazer a transição dos combustíveis fósseis nos sistemas de energia, de maneira justa, ordenada e equitativa, acelerando a ação nesta década crítica, de modo a atingir o zero líquido até 2050, de acordo com a ciência.

Em teoria, essa declaração anuncia o fim da era dos combustíveis fósseis, entretanto oferece uma brecha intencional para que países e empresas “reduzam” o uso de combustíveis fósseis por meio da captura e do armazenamento de carbono.

2. Promessa de US$ 700 milhões para o financiamento de países em desenvolvimento

Embora esse investimento seja uma notícia bem-vinda, ainda é uma gota no oceano em comparação aos US$ 400 bilhões realmente necessários.

Porém, não houve uma clareza de como o fundo funcionará, quais serão os principais fluxos de financiamento ou se a alocação do financiamento será orientada pela comunidade e livre de corrupção.

Essas questões fundamentais foram adiadas para a COP 29, a ser realizada em novembro de 2024.

3. Energia renovável e hidrogênio em destaque

Na conferência, um compromisso assinado por 118 países focou na meta de triplicar a capacidade de energia renovável e dobrar a taxa global de eficiência energética até 2030. 

Com isso, a diversificação da matriz energética mundial fica mais próxima.

Nos bastidores da COP 28, o hidrogênio verde também teve seu momento, com as indústrias se comprometendo a aumentar o combustível de emissões zero derivado de hidrogênio renovável para 11 milhões de toneladas até 2030.

4. Carta de descarbonização de petróleo e gás

Durante a COP 28, cerca de 50 empresas petrolíferas – que representam cerca de 40% da produção global – assinaram uma carta de descarbonização. A iniciativa estabelece três objetivos principais:

  • Atingir emissões líquidas zero nas operações diretas de cada empresa até 2050;
  • Atingir vazamento de metano quase zero na produção de petróleo e gás até 2030;
  • Atingir zero de queima de rotina (queima do excesso de gás) até 2030.

Mas, apesar dos avanços nas negociações, 60% da produção mundial de petróleo e gás ainda não é coberta por essa carta. Ou seja, essas empresas continuarão a economizar dinheiro com a liberação de metano e a queima de gás natural.

5. Levantamento global — 1,5°C está em risco

O “balanço global”, finalizado na COP 28, foi a primeira vez que o regime climático global fez um balanço de como a comunidade internacional reduziu coletivamente as emissões de gases de efeito estufa desde o Acordo de Paris em 2015.

E a maior conclusão do balanço apresentou o que já era esperado: o mundo está muito atrasado e o limite de aquecimento de 1,5°C acordado em Paris está em forte risco.

Ou seja, para as próximas COPs, o grande desafio será forçar as nações a aumentarem o compromisso com o corte de emissões de gases danosos ao meio ambiente. Assim, para que o limite de 1,5°C não seja perdido.

Brasil: participação “marcante” na COP 28

Durante o evento, todo o mundo vivenciou a expectativa para saber como os países estão contribuindo para atingir as metas propostas, e o Brasil teve um papel marcante

A participação do Brasil na COP 28 também esteve sob os olhares internacionais, uma vez que o país deve sediar a COP 30, em 2025.

Durante a COP 28, a participação do Brasil se baseou em três pilares:

  1. Mudanças climáticas;
  2. Proteção ao meio ambiente; e
  3. Transição energética.

Dessa forma, os representantes do país se envolveram nas mais importantes discussões sobre as questões ambientais e os resultados foram animadores.

Os representantes do país reforçaram durante a COP 28 a redução do desmatamento em 2023 na ordem de 8% em emissões, como destacado pelos senadores brasileiros que participaram do encontro. 

Também apresentaram, durante a Conferência, alternativas para acelerar a descarbonização, com biocombustíveis, hidrogênio verde e um programa de restauração e manutenção da floresta.

Durante o evento, o Brasil também lançou o Plano de Transformação Ecológica, que permitirá:

  • A introdução de novas linhas de crédito voltadas para o desenvolvimento sustentável;
  • O aperfeiçoamento do ambiente regulatório, do licenciamento ambiental, dos mecanismos de concessão e das parcerias público-privadas.

Portanto, mesmo com negociações complicadas, o acordo final da COP 28 foi considerado um avanço, principalmente por prever a redução gradual do uso de combustíveis fósseis, ajudando a diminuir a emissão de gases de efeito estufa. 

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