Histórico do uso da biomassa no Brasil e no mundo
O Brasil está entre as matrizes energéticas mais renováveis e diversificadas do mundo. Dessa forma, com potencial eólico e solar, além de muita biomassa.
Encontrada de diversas formas e em abundância, a biomassa é um dos principais combustíveis do Brasil e uma das fontes de energia em ascensão.
Dados do Balanço Energético de 2023 destacam que, em 2022:
- 47,4% da energia ofertada no Brasil veio de fontes renováveis;
- Das quais 15,4% são decorrentes da biomassa da cana.
No artigo de hoje, convidamos você a entender o histórico da biomassa como fonte de energia, além da relevância para a matriz energética brasileira e mundial.
O que é biomassa?
A biomassa possui um processo de conversão em energia menos nocivo ao meio ambiente. Além disso, o material pode ser renovável em menos de 100 anos, segundo esse trabalho da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
Do ponto de vista energético, o CENBIO (Centro Nacional de Referência em Biomassa), citado pelo IEE/USP, conceitua como “todo recurso renovável oriundo de matéria orgânica (de origem animal ou vegetal) que pode ser utilizado para produção de energia”.
Quanto aos tipos, há opções vastas e diversificadas. Entre eles, estão:
- Casca de arroz;
- Resíduos de madeira;
- Resíduos da agricultura;
- Dejetos de animais.
Há também a possibilidade de uso dos gases resultantes da decomposição ou incineração de lixo, ocorrido em usinas especializadas. Mas, sem dúvidas, o bagaço de cana-de-açúcar é a fonte energética mais comum, essencialmente no Brasil.
Nos primeiros 7 meses de 2023, a geração de energia a partir de biomassa cresceu 7,1% em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo levantamento citado pela União Nacional da Bioenergia (UDOP).
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A biomassa “nasceu” junto com a descoberta do fogo
Com o crescimento da sustentabilidade, a biomassa vem ganhando os holofotes da sociedade moderna. Mas engana-se quem pensa que ela foi descoberta como fonte de energia recentemente.
A biomassa começou a ser utilizada na geração de energia desde os primórdios da humanidade, especialmente com o uso da madeira para cocção, aquecimento e iluminação do ambiente.
Contudo, durante a Revolução Industrial (iniciada no final do século XVIII e início do século XIX) a sociedade presenciou o auge do consumo da biomassa.
Nesse contexto, principalmente em virtude do uso da lenha na indústria siderúrgica e a aplicação nos transportes por ferrovias (locomotivas).
Ainda neste período, com as máquinas a vapor, a biomassa passou a ter papel primordial na geração de energia mecânica para indústrias.
Apesar do amplo uso, a biomassa apresentava eficiência reduzida, em razão das limitações dos equipamentos da época.
Essa baixa eficiência agregada à maior utilização e eficiência do carvão, petróleo e gás natural fizeram com que a biomassa perdesse rapidamente o espaço. Assim, com o uso associado às pequenas regiões agrícolas.
A crise do petróleo estimulou novamente o uso da biomassa
A década de 70 foi uma virada de chave para o retorno da biomassa como fonte energética. Nesse contexto, houve a primeira grande crise mundial do petróleo. Ou seja, ele se apresentou como uma fonte finita e não renovável.
Logo, os preços dos barris de petróleo basicamente quadruplicaram entre 1973 e 1974, conforme este artigo.
Diante disso, surgiu a necessidade de repensar na diversificação da matriz energética. Portanto, uma das opções foi a biomassa, que novamente ganhou os holofotes, especialmente do setor industrial.
Assim, a partir da década de 80, muitas indústrias começaram a substituir o óleo por outras fontes energéticas. Associado a isso, os equipamentos responsáveis pela combustão sa evoluíram significativamente, resultando em ganhos de eficiência.
No Brasil, o uso da biomassa como fonte energética cresceu em decorrência da produção de álcool, gerado a partir da cana-de-açúcar. Com investimentos estatais, a tecnologia rapidamente se desenvolveu.
Por isso, o segmento também começou a ser explorado em 1975, com o lançamento do ProAlcool. Na época, o país precisava diminuir a dependência externa de energia, principalmente do petróleo, sujeito a oscilações de preço no mercado internacional.
Saiba mais no vídeo, com Rodrigo Lorensetti, engenheiro e diretor da COONTROL:
O que esperar para o futuro da biomassa?
Na atual conjuntura da sociedade, a sustentabilidade é um dos temas em pauta. Logo, motivo de grande discussão mundial, inclusive na COP 28. Por essa razão, a biomassa tem protagonismo mundial.
Contudo, diversos estudos são necessários. Eles se baseiam no aperfeiçoamento das tecnologias de conversão da biomassa em energia, além do uso de novas possibilidades e variedades. Entre eles, o etanol de segunda geração e o uso de dejetos urbanos para gerar energia.
Ou seja, a evolução tecnológica, associada ao uso de caldeiras modernas, proporciona a gerar um maior volume de energia com a mesma quantidade de combustível. Então, aumenta significativamente a eficiência energética.
Por fim, os investimentos no desenvolvimento de tecnologias para a conversão energética desse combustível promovem aumento da eficiência e tornam a matriz energética mundial mais sustentável e limpa.
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